por Ary Brasil Marques
Um dos fatores que distingue os seres humanos dos animais é a faculdade que os mesmos possuem de pensar.
Penso, logo existo. Cada pessoa no planeta é livre para pensar e escolher o que quer para si em matéria de crença, de religião ou de postura diante da vida.
Algumas pessoas acreditam em Deus e na vida após a morte. Outras, não.
Há gente que segue os ensinamentos da Bíblia, outros do Alcorão, do Torá, de Buda, de Kardec ou de outros milhares de correntes religiosas ou filosóficas.
Temos a tendência de nos unir às pessoas que pensam como nós, formando grupos estanques e trazendo com essa prática uma imensa divisão entre os homens, contrariando fundamentalmente os ensinos de todos os grandes líderes religiosos. Jesus Cristo, o mais perfeito ser que passou por nosso planeta, deixou como ensino básico para todos nós o “amai-vos uns aos outros.”
Não há nada de errado no fato das pessoas se agruparem por afinidade e maneira parecida de pensar, desde que ame também o próximo diferente sem qualquer condição, respeitando cada um o direito e o pensamento do outro.
Grande parte das pessoas que se une em organizações religiosas transforma sua religião em verdadeiro clube de futebol, e o fanatismo delas se iguala a dos violentos torcedores que agridem os adeptos de outras agremiações.
Voltaire nos deixou uma frase célebre: “Posso não concordar com nenhuma palavra do que você está dizendo, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-las.”
Somos todos irmãos, filhos do mesmo Deus. Somos livres para pensar e temos o direito de escolha do caminho que devemos seguir.
A Declaração Universal dos Direitos do Homem dá a todo ser humano o direito de pensar livremente. É claro que a população da Terra é heterogênea e a unanimidade é impossível, e cada pessoa pensa e age de acordo com o seu atual estágio evolutivo.
Respeitemos o outro. Mais do que isso, amemo-lo como nosso verdadeiro irmão, pois ele o é, mesmo não pertencendo à nossa grei ou religião.
SBC, 29/05/2010.