Por Ary Brasil Marques
Vai começar a Copa do Mundo. Todos ficam ligados à televisão, acompanhando com entusiasmo e nervosismo, os jogos de nossa seleção.
A Copa do Mundo é uma festa, que se repete de quatro em quatro anos.
O Brasil tem se destacado como grande campeão, e é entre todos os países que participam da competição o maior vencedor.
Antes do advento da televisão, vibrávamos com as narrações dos grandes locutores de rádio do passado, que entusiasmavam a população com transmissões cheias de patriotismo e de patriotadas. Como resultado, para nós o Brasil era o melhor time, o maior, imbatível como os super heróis do gibi. Na realidade, houve uma época de grande superioridade de nosso futebol, e o Brasil conseguiu vencer a Copa por cinco vezes. Essas conquistas ocasionaram um êxodo de nossos craques para o exterior, atraídos por fabulosos salários que os clubes europeus lhes ofereciam.
Hoje a televisão a cores e de alta definição chega em nossos lares com tal clareza e nitidez e os lances não oferecem margem de interpretações dos narradores. Todos podem conferir as jogadas duvidosas tantas vezes quantas forem necessárias. A evolução do futebol em todo o mundo fez com que nos dias atuais haja mais equilíbrio entre os diversos países, e as grandes equipes encontram rivais à altura em todos os continentes. Ficou muito mais difícil para os favoritos superarem os rivais, e isso veio certamente trazer mais emoção aos telespectadores que acompanham os jogos.
No Brasil, de norte a sul, as pessoas confiam sempre na seleção, e é costume ornamentar ruas e casas com as cores de nossa equipe. Muita gente cultiva o amor às suas cores com tal fanatismo que não se dá valor aos adversários, e se culpa juizes ou a má sorte em caso de derrota.
É muito bom torcer para a seleção brasileira, mas é preciso entender que tudo não passa apenas de um jogo de futebol. Ganhar ou perder não vai fazer o nosso país melhor ou pior.
Vencer nos dá muita alegria e faz o povo feliz, e perder para a maioria da população é um verdadeiro desastre.
Vamos acompanhar as transmissões, torcer bastante, mas não passemos do limite, aceitando também a superioridade dos adversários, quando elas existirem.
Como seres humanos, todos temos altos e baixos, e a glória das conquistas não deve fazer com que não se respeite o outro, de nacionalidade diferente da nossa.
Fortaleza, 06-06-2010